terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Desejos e Medos

Desejo e medo, dois sentimentos fortes e que andam lado a lado. E além deles todas as outras emoções que por eles, invadem o corpo e a mente, de forma arrebatadora, como um tornado devastando uma cidade.

O desejo de fazer a viagem dos sonhos. O medo de ficar endividado

Fazer um trabalho importante. Perder a oportunidade.

Subir no palco e sentir a responsabilidade pelo seu papel ali. Ter um branco.

Fazer diferença. Não ser levado a sério.

Ser importante pra alguém. Ser dispensável.

Ter alguém a quem você daria sua vida. Perder esse alguém.

Amar. Não amar.

Ser amado. Não ser.

Como vencer o medo? Como encarar o desafio sabendo que sou um ser humano, errático e imperfeito? Como as pessoas fazem isso? Como me entregar de corpo e alma sem o compromisso e a certeza de que vai dar certo?

Ou o medo deve vencer? Devo recuar e deixar que a calmaria se instale?

Perder aquela paisagem perfeita que só existia nos meus sonhos.

Nunca ouvir da boca de um aluno o quão importante você foi pra ele.

Não sentir aquele frio na barriga antes de entrar no palco.

Não sonhar.

Não sentir o toque, o cheiro, o calor da pessoa amada.

Nunca me apaixonar.

É uma escolha a ser feita: a ousadia ou a covardia. Viver plenamente, enfrentando as tempestades, ou passar por essa terra em brancas nuvens.

Sonhos são relâmpagos e desejos são trovões. Acabei de entrar no olho do furacão, e preciso de algo que me faça acreditar que essa vida é um longo caminho a percorrer.


"Make me an angel that flies from Montgom'ry
Make me a poster of an old rodeo
Just give me one thing that I can hold on to
To believe in this living is just a hard way to go." Angel from Montgomery, John Prine


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Crimson and Clover

Possibilidades, escolhas, atitudes, permitir algo a si mesmo... acho que foi por isso que escolhi esse nome pro blog... Porque me diz que eu posso tomar as rédeas da minha vida, e vivê-la ao máximo, me permitindo... acertando e errando... me apaixonando e sofrendo... rindo e chorando.
Neste momento da minha vida, as coisas parecem que estão muito certas, muito definidas, muito estáveis. O que mais, afinal, eu poderia querer? Porque eu iria querer mudar alguma coisa? Porque eu não estou satisfeita? Não sei a resposta pra essas perguntas.
O que sei, é que comecei uma mudança que não posso mais parar... E acho que começou, me permitindo voltar a ouvir e ver coisas e pessoas que, por vários motivos, eu abandonei. E descobrir que gosto de sons que nunca me permiti ouvir. Então me deparei com artistas que despertam algo muito valioso em mim, e que ainda não consigo nomear. Como foi que Jack Kerouac me fez ver o quão importante era fazer a tão esperada viagem, adiada por 10 anos e, realmente, por o pé na estrada? Como, me deparei com o punk de Joan Jett, e descobri uma melodia tão suave em Crimson and Clover? Como ouvir a ótima Beside You de Van Morrison me deixa feliz, e me faz entender, que eu não preciso perguntar porque razão eu preciso ser, ou tenho que ser, e que eu não devo essa resposta a ninguém, talvez nem a mim mesma?
Como diria o mineiro, "Há canções e há momentos que eu não sei como explicar". Mas, de verdade, eu não tenho que explicar... tenho que viver.

Wolfgirl... esse post é dedicado àqueles três valiosos dias no fim das férias... que se repitam muitas e muitas vezes.